Melasma e fotossensibilidade são duas condições de pele comumente vistas em práticas dermatológicas e podem estar fortemente inter-relacionadas. Antes de mergulharmos na profundidade desses termos específicos, é importante considerar que o maior órgão do corpo humano – a pele – é um órgão de alta exposição. Influenciada tanto por fatores externos quanto internos, a pele está constantemente em processo de regeneração e reparo.
Primeiramente, vamos explicar precisamente o que é melasma. Trata-se de uma condição dermatológica crônica e adquirida que se caracteriza pela hiperpigmentação simétrica da pele, aparecendo principalmente no rosto. As manchas marrons que se desenvolvem com melasma podem significativamente afetar a qualidade de vida de um indivíduo, causando desconforto e impacto na auto-estimativa. Segundo a Academia Americana de Dermatologia, estima-se que 6 milhões de pessoas nos Estados Unidos apresentam melasma, com mulheres representando a vasta maioria dos casos.
Por outro lado, a fotossensibilidade é uma resposta exagerada da pele à luz solar ou luz artificial. Esta pode ser uma reação a medicamentos, produtos para a pele ou até mesmo uma condição cutânea subjacente, como a porfiria.
Dito isso, a prevalência da fotossensibilidade não é conhecida, já que muitas vezes ela é reportada juntamente com doenças relacionadas. Porém, faz-se relevante de citar que este fenômeno é corriqueiro e pode afetar de maneira significativa a qualidade de vida dos pacientes.
Agora, falando da fisiopatologia destas duas condições, sabemos que o melasma está relacionado a fatores como exposição solar, mudanças hormonais – gravidez e contraceptivos orais são exemplos comuns – e predisposição genética. A radiação ultravioleta (UV) induz a produção de melanina, o pigmento que dá cor à nossa pele. Quando essa produção é excessiva, leva à hiperpigmentação que é vista no melasma.
A fotossensibilidade, por sua vez, ocorre quando certos compostos químicos dentro da pele reagem à luz, especialmente os raios ultravioletas. Essa reação pode levar a danos nas células da pele, resultando em vermelhidão, prurido e, em casos severos, queimaduras solares.
Em relação aos tratamentos, a abordagem do melasma é multifatorial. Frequentemente se inicia com fotoproteção rigorosa, o que inclui o uso regular de protetor solar e barreiras físicas como chapéus e roupas protetoras. Em adição, agentes clareadores de pele com hidroquinona, tretinoína, ácido azelaico, entre outros, são de extrema importância. Vale ressaltar que estes tratamentos tem como mecanismo de ação a inibição da tirosinase, uma enzima chave na produção de melanina.
Para quem apresenta fotossensibilidade, a prioridade é a identificação e evasão do fator causador, acompanhada da proteção contra a luz ultravioleta com o uso do protetor solar e vestuário apropriado.
A ligação entre melasma e fotossensibilidade é clara. A exposição excessiva à radiação ultravioleta pode induzir ou agravar ambos os problemas, colocando pacientes com ambos os problemas em um ciclo difícil de tratar.
Concluindo, beneficiar-se dos tratamentos disponíveis para melasma e fotossensibilidade pode melhorar significativamente a saúde e a auto-estima dos pacientes. Reconhecer a importância deste tema e compreender a necessidade de proteção contra o sol são fundamentais para a prevenção e tratamento eficaz destas condições. Afinal, uma boa saúde da pele é sinônimo de uma vida saudável.